Conhecendo mais a comunidade e seu patrimônio

Desde que começamos nossas ações, em 2010, primeiro falamos sobre nós mesmos, sobre nossas relações com os outros e com as coisas e sobre aquilo que nos importa. Em seguida, nos voltamos para nossa escola, tentando observá-la de uma maneira nova, bonita, ainda mais especial... Agora, passamos a nos dedicar à comunidade lavrasnovense, na tentativa de conhecê-la melhor e de compreender o que, para eles próprios, é seu patrimônio.

Para isso, no dia 21 de março (Ai, que atraso!) fomos à rua conversar com alguns moradores! Um questionário foi elaborado e os próprios alunos realizaram as entrevistas! (Bonitinho demais ver o quanto são bons nisso!!!)

As perguntas que realizamos foram as seguintes:

1- Como você se chama?

2- No dia-a-dia, de que maneiras você costuma se ocupar?

3- Você gosta de morar em Lavras Novas? Por quê?

4- Você conhece alguma manifestação cultural típica de Lavras Novas? Qual? Você gosta dela?

5- Na sua opinião, o que pode ser considerado patrimônio de Lavras Novas? Ele é importante para você? Por quê?

Dona Maria Efigênia, da janela de casa, responde às perguntas do nosso grupo

Seu Vicente de Paula e o nosso grupo

Ao todo, conversamos com seis moradores, todos escolhidos pelos alunos: Maria Efigênia Alves Marins, Vicente de Paula Alves Viana, Tereza Côrrea Maia Guimarães, Vicente dos Santos (o Braúna), Antônio Fernandes Vieira Filho (o Totonho) e Pedro Alves.

As respostas, claro, iam variando de morador para morador, mas foi interessante notar como a maioria relacionou sua história pessoal à do local quando perguntados se gostavam de morar no distrito... Dona Maria Efigênia disse que gosta de morar em Lavras Novas porque nasceu lá. O Vicente de Paula argumentou que o lugar faz parte da sua infância e a Dona Tereza disse “adorar” Lavras Novas, porque nasceu e foi criada lá! O Braúna gosta de Lavras Novas “com certeza” e também relaciona seu gostar ao fato de ter nascido no local. Totonho disse: “Deixo de morar em Ouro Preto para morar aqui, porque sou nativo e neto de escravos. Aqui é meu cantinho do céu!”.

Braúna e parte do nosso grupo

Totonho consertando o ônibus enquanto é entrevistado pelas meninas

Sobre as manifestações culturais, nossos entrevistados lembraram da Folia de Reis, da Banda Quilombo, do Grupo Na-na-ná, dos balaieiros e dos fazedores de esteira. Todos gostam destas manifestações e, de acordo com Vicente de Paula, são “um incentivo para o lugar”. Já a Dona Maria Efigênia, além de gostar, é uma das integrantes do Na-na-ná!

Seu Pedro Alves

Amélia, Mariane, Totonho e o ônibus

 

Por fim, quando perguntamos sobre o que consideram patrimônio de Lavras Novas, tivemos vários olhares diferentes, todos muito sensíveis e valiosos! Dona Maria Efigênia disse: “É a igreja, as casas. Eles são importantes pra mim, sim, porque temos que conservar o que é antigo. Se destruírmos, não teremos nada para contar.” Seu Vicente de Paula falou das casas, das ruas, dos animais e das pessoas. Para ele, esse patrimônio é importante porque “faz parte do nosso dia-a-dia”. Dona Tereza falou do tempo, do que aconteceu no passado... Para ela, esse passado é um importante patrimônio, um patrimônio “de alegria”. O Braúna lembrou-se do artesanato e argumentou que é importante porque é “algo bom para fazer”! Seu Totonho citou “as minas de ouro, a taquara para fazer esteira e balaio, as construções antigas”. Quando perguntado se esse patrimônio era importante para ele, nos respondeu: “Lógico, porque as coisas que os antepassados fizeram, devemos preservar!” O Seu Pedro respondeu poeticamente: “Nosso maior patrimônio é a vida!”

E não é que todos têm razão?!

Seu Vicente, feliz da vida concedendo a entrevista!

Foto para a posteridade: nós e Totonho!

Durante a entrevista com o Seu Pedro, observamos com toda atenção o questionário!