O projeto



Como o projeto começou

A motivação para iniciar o projeto “Lavras Novas: nosso patrimônio” ocorreu durante minha participação no curso de aperfeiçoamento “Produção de materiais didáticos para a diversidade: práticas de memória e patrimônio numa perspectiva interdisciplinar”, ministrado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 2010.

Como professora de História da Escola Municipal de Lavras Novas, aproveitei minha experiência profissional com Educação Patrimonial e elaborei uma proposta na qual conseguisse associar o tema à história do distrito, permitindo que meus alunos conhecessem mais sobre sua própria realidade e pudessem ir criando novos laços de afeto e envolvimento com o espaço ao seu redor.

A ideia, então, seria realizar uma série de ações patrimoniais, nas quais pudesse conversar e realizar atividades com todos os meus alunos - em um distrito tão pequeno, onde são poucas as oportunidades dos estudantes se envolverem em um projeto educativo, seria importante tentar trabalhar com todos, sem excluir nenhuma turma, bastando, para isso, adaptar a metodologia do projeto.

Após explicar meu desejo aos alunos e propor que desenvolvêssemos o projeto, tudo o que se referiu a ele, desde seu nome até detalhes do design do blog, passando pela escolha das atividades, foi discutido em conjunto, permitindo que compreendessem todo o processo que estavam iniciando e que fossem capazes de assumir responsabilidades relacionadas à constante criação e manutenção do projeto, que, obviamente, só existe por causa deles e que a eles pertence.


Nossos objetivos

Uma das propostas do projeto “Lavras Novas: nosso patrimônio” é criar condições para que os estudantes do distrito possam ter um novo contato, mais aprofundado e sensível, com a história local e com as questões patrimoniais relacionadas a ela. Seus objetivos foram organizados da seguinte forma:

- Realizar ações relacionadas à preservação do patrimônio de Lavras Novas, com estudantes do distrito, especialmente aqueles do 6º ao 9º ano de sua escola municipal;
- Promover a interação dos alunos de turmas diferentes, estreitando seus laços de afeto e elaborando oportunidades de troca de conhecimento e experiências;
- Promover discussões entre os participantes sobre o patrimônio cultural e a história de Lavras Novas;
- Possibilitar que os participantes relacionem a importância da valorização das memórias individuais e coletivas à preservação dos processos históricos vividos pelo distrito;
- Possibilitar que os participantes lancem novos olhares sobre a comunidade local, valorizando seus costumes, práticas e culturas;
- Possibilitar que os participantes assumam novas responsabilidades e se sintam valorizados em função dessas práticas;
- Contribuir para a formação de articuladores e multiplicadores de opinião, informação e conhecimento;
- Incentivar os participantes a tornarem-se criadores de materiais e/ou novas linguagens, permitindo que sejam mais críticos da realidade na qual estão inseridos.


Como funciona o nosso projeto

Inicialmente, foram realizadas rodas de conversa, nas quais os estudantes foram consultados sobre a possibilidade de estudarmos, juntos, a história do distrito, com ênfase na análise do seu patrimônio local. Indagados sobre o que conheciam a respeito de Lavras Novas, a maioria não tinha, ainda, a noção de que o distrito possuía uma história própria, para além da história de Ouro Preto, e que merecia ser conhecida.

A partir destas conversas, decidimos que os conteúdos trabalhados seriam história e patrimônio. Além disso, também abordaríamos noções de afeto, diversidade, memória, cultura e cidadania.

As ações patrimoniais do projeto acontecem dentro e fora da escola, à tarde, em dias especialmente programados para isso! Basicamente, apresento à meninada uma ideia original (ou eles mesmos apresentam!) que, depois de aprovada, é colocada em ação!

Assim, já realizamos rodas de conversa sobre a história e o patrimônio local, intervenções na escola (como a organização de nossa biblioteca e a criação do blog de parede para os alunos sem acesso à internet), andanças pelo distrito (conversando sobre aquilo que, na paisagem local, mais importava a cada um de nós ou buscando perceber o lugar de uma forma mais sensorial, descobrindo novos detalhes ao nosso redor), entrevistas com moradores (para conhecer suas impressões sobre a cultura e o patrimônio local), etc.

Nas ações, além da própria paisagem, costumamos utilizar materiais didáticos como livros, textos, fotografias, objetos pessoais, músicas, etc.

A cada encontro, como necessitamos de material para postagem no blog, um produto (ou mais de um) é criado: fotografias, cartas, textos, desenhos... Dessa maneira, os participantes realizam atividades práticas, sentem-se valorizados ao vê-las publicadas no blog e tornam-se co-autores das postagens.

Todas as ações do projeto são registradas fotograficamente. Para isso, levo minha câmera e a empresto à meninada que tira as fotos livremente, documentando aquilo que acharem mais importante durante nossas práticas.

Algumas vezes, também convidamos profissionais para nos ensinarem algo útil sobre os temas que estamos estudando. Também costumamos ir a Ouro Preto para conhecer melhor a cidade e para participar de eventos culturais.





2 comentários:

  1. Querida Elô,

    parabéns pelo projeto, que é realmente motivador. Oferecer aos alunos a possibilidade de se verem de fato como agentes ativos da História é brilhante!
    Beijo carinhoso,

    Vivi

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  2. Muito interessante o projeto, iniciativas assim possibilitam uma maior valorização patrimonial da localidade, da sua história e de seus valores.
    Com um novo olhar os moradores passam a conhecer
    mais sobre o local onde vivem, passam a conhecer
    mais a fundo sua cultura, suas origens, sua História.

    Marcelo Ferreira(Mariana-MG)

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